A diferença entre um espertinho e um cientista é que um espertinho acha que sabe tudo, enquanto um cientista admite que não sabemos nada sobre o nosso mundo. Pergunte a qualquer especialista em qualquer área e ele admitirá que as coisas que ele não conhece supera em muito as coisas que ele sabe. É por isso que temos a ciência – para tentar desvendar os vastos mistérios do universo. Porém alguns desses mistérios são tão comuns que parece que ainda estamos presos na sala de treinamento do universo. Afinal, ainda não entendemos:
7. O Universo
Sabemos por observação que o Universo está se expandindo – é praticamente inegável. Também inegável é o fato de que está acelerando, algo que não deveria estar fazendo. Veja, pela lógica, a gravidade deveria estar desacelerando tudo em preparação para o ‘Big Crunch’ – uma espécie de Big Bang reverso que agora sabemos que nunca acontecerá.
Então, por que isso está acontecendo? Bem, a maioria dos cientistas culpam a Energia e a Matéria Escura, duas partes de um pacote que supostamente compõem praticamente todo o universo. Mas aqui está o pulo do gato: nós não sabemos onde diabos elas estão.
Para algo que é uma parte tão grande de, bem, tudo no nosso mundo e além, nós temos exatamente zero evidência de ambas. Agora, elas ainda podem aparecer – ou a resposta pode estar na gravidade quântica, um ramo obscuro da Teoria das Cordas, ou até mesmo erro humano.. A questão é: o universo atualmente parece estar desobedecendo suas próprias leis e tudo o que podemos fazer é adivinhar o porquê.
6. História
Estamos acostumados a ver a história como uma espécie de narrativa que leva ao aqui e agora. E meio que é – apenas uma com grandes buracos ridículos. Embora tenhamos um controle razoável sobre o que aconteceu nos tempos romanos, há séculos inteiros da história do nosso mundo em que todo o nosso conhecimento vem de uma única fonte ou adivinhação.
Pegue a Grã-Bretanha do século VI. A influência de Roma entrou em colapso, o cristianismo está aparecendo e a Escandinávia está se preparando para um embate épico. Quer adivinhar quantos relatos temos desta era de importância vital?
Uma. Isso mesmo, apenas uma – apenas um sermão escrito por monge meio-lúcido que passa cerca de 90% de sua duração divagando sobre o julgamento divino. Até em períodos como Roma ou Grécia antiga nós não temos uma grande parte da informação. A maioria do nosso conhecimento sobre os Imperadores vem de fontes tendenciosas e não-confiáveis; enquanto nós só agora descobrimos que os gregos construíram um computador dois mil anos antes de Charles Babbage decidir que seria legal inventar o futuro.
Graças a esses registros tão pobres, nós aparentemente nem podemos dizer com absoluta certeza se a Idade Média arcaica aconteceu de verdade e se isto aqui não é 1716. Tente digerir isso por um segundo. O fato de um historiador qualificado poder honestamente afirmar que trezentos anos de história não aconteceram deveria no mínimo provar o quão pouco sabemos sobre o passado.
5. Arte
Pergunte a alguém que escreve ou pinta ou qualquer outra coisa por que motivo eles fazem arte, e você provavelmente receberá uma resposta vaga. Isso não é apenas eles tentando parecer sensuais e misteriosos – como espécie, honestamente, não temos ideia de por que fazemos isso.
Pense nisso: não há nenhuma razão evolucionária para começarmos a desenhar nas paredes das cavernas. Não nos confere nenhuma vantagem como espécie; não nos mantém aquecidos ou alimentados ou qualquer coisa, então por que diabos fazemos isso? Como tudo nesta lista, ninguém sabe.
Mas isso não nos impediu de adivinhar. Uma teoria é que todas as expressões criativas – música, escultura, escrita de listas de entretenimento para sites populares – nada mais são do que o equivalente humano das penas da cauda da um pavão.. Em outras palavras, nós somos criativos para fazer sexo. Se isso for verdade, toda pintura, música ou filme que você já tenha amado é apenas um subproduto do desejo coletivo de nossos ancestrais. Isso é verdade? Quem sabe – há muitas outras teorias por aí e, no momento, é tudo o que temos: teorias.
3. Literatura
Até agora você provavelmente já descobriu como isso funciona – então, quando perguntamos “quanto sabemos sobre nosso maior dramaturgo”, você sabe que a resposta será: “não muito”. E você está certo. Sobre a vida de William Shakespeare, basicamente sabemos que ele fez algumas peças, comprou duas camas e morreu, que ainda é muito mais do que sabemos sobre outros escritores.
Volte ainda mais longe e nem podemos dizer isso. Tome o poeta grego Homero, autor da Odisseia. A totalidade do que sabemos sobre ele pode ser resumida como “talvez ele tenha existido”. Nós nem sabemos se nossas versões modernas de seus livros de alguma forma se assemelham ao original, já que elas não foram escritas até três séculos após a suposta data de sua morte.
De toda a literatura romana, por outro lado, apenas dois romances sobrevivem – e esses em fragmentos. E isso antes de você começar a se dedicar a obras perdidas e àquelas destruídas em vários incêndios e guerras e assim por diante. Basicamente, há cerca de um zilhão de lacunas na nossa história literária que a maioria dos estudiosos venderia sua avó para ver fechadas novamente.
2. Gravidade
Lembra-se como mais cedo dissemos que a Matéria Escura era uma maneira de explicar por que o universo não obedece às leis da gravidade? Esquecemos de mencionar que a gravidade também não as obedece. Sem ficar com muita dor de cabeça, digamos apenas que a gravidade é a única das quatro forças fundamentais que consegue contradizer a si mesma e aparentemente desligar quando se fica pequeno o suficiente.
Na verdade, é uma dor de cabeça tão grande que alguns físicos simplesmente declararam que ela não existe, uma posição insana ou esclarecedora, dependendo de onde você se coloca sobre as coisas não fazerem sentido algum. Mas isso é física moderna – toda vez que fazemos uma descoberta, descobrimos que sabemos muito menos sobre nosso mundo do que pensávamos. Levando-nos exatamente para a última coisa que ainda temos que entender…
1. Qualquer coisa
Se você pensa na ciência como um castelo de cartas e cada teoria inovadora como uma bola de aço de dez toneladas acertando-a, você verá o problema. Por volta do final do século 19, nós sinceramente pensamos que quase chegamos aos limites do conhecimento – então, um cara chamado Einstein publicou a equação mais famosa da história e tudo desmoronou ao nosso redor.
Então nós montamos tudo de volta e as coisas estavam indo bem, até percebermos que buracos negros não estavam fazendo o que deveriam. Então, agora, parece que estamos no meio de outra colisão em câmera lenta. E isso vai significar reescrever algumas noções fundamentais da existência e sobre o nosso mundo.
Por exemplo, é perfeitamente possível, usando a Teoria das Cordas, “provar” que todos nós estamos vivendo apenas em um tipo de holograma sendo projetado a partir das bordas do universo. Claro, isso não é exatamente uma teoria dominante, mas mostra quão bizarra a verdade pode ser.
Então, para resumir, nada faz sentido e você pode ser apenas uma imagem projetada da borda do espaço por nenhuma outra razão a não ser a existência ser insana. Boa sorte para entender o nosso mundo.